Thursday, April 30, 2009
Palavras....
Doces e catitas
Palavras esmeradas
Que encantam armadas
Palavras distantes
De tão importantes
Palavras afoitas
De tão relutantes
Palavras que bastam
Que marcam instantes
Palavras que são só por si
Bons amantes
Palavras que têm um cravo na mão
Palavras que espalham a minha afeição
São pois as cuidadas
Que trazem pudor
E as mais brejeiras
Que espalham o horror
Quando de par em par
A malícia é certa
É bom que não fique
A porta aberta
São feitas em nós
Com fogo e emoção
As que voam pra lá do gesto de uma mão
Palavras bonitas
Tão fortes
Catitas
Palavras que vêm
Do meu Coração
Wednesday, April 29, 2009
O Lado Errado do tempo dos assassinos
Quando foi picado por uma abelha, numa esquina qualquer
Reviu para lá do espelho estranhas tradições
Que atrás de contradições davam estranhos passos em volta
Como numa balada estranha,
Em que uma estrela num trapézio feito de mar
Acorda uma miúda linda de 100 mil estrelas no olhar
Como um doce amor que por se sentir existe
Tão quente, a 50 e tal graus
Fervendo o mundo de quem tem pouco a perder
Que visto de cima no dorso da gaivota que voa frágil
Quase parece conter um demónio interior
Se os montes que restam, vistos do céu, neste voo tão nocturno
Sugerem fazer Yoga em pijama
Se as pontes ainda hirtas,
Lembram que anda sempre alguém por lá
Se as cartas de amor antigas
Deixam voar este sonho
É porque nesta espécie de vampiro malvado
Ainda resta algum fulgor na palma da mão
E se há muito tempo ele sabia haver sempre alguém
Hoje senta-se junto à ponte com a certeza farta
De que finalmente só, encontrou a velhice
Porém com a esperança de que enquanto houver alguém que ajude
Alguém para abrir o sinal
Agente vai continuar
'té já
Antes Lúdico que guloso
Titulo?!! Rápido alguma sugestão?
Antes Lúdico que guloso
Calmaria, cerrada, aperta o peito
Num mote de plágio ao ser mais perfeito
Uma alma penada sobre o parapeito
Canta a noite num presságio de morte
Fundo, cavando em seu leito tua sentença
Cresce a madrugada no último dia do ano
Busco a deixa primordial para o verso sub-humano
Lá fora a chuva cai mas eu preferia aguardente
Para reavivar o meu cérebro demente
É forte a tormenta das sinapses queimadas
Entre gestos débeis e gastos
Sucedo-me ao mago que sabe cantar
E que apregoa estar sempre a jantar
Falta-me inspiração para escrever poesia
A imaginação foge-me como uma enguia
Também não tenho voz para poder cantar
A hora é tardia não consigo pensar
Com mil milhões de macacos, nobres casacos
Rotos aqui e ali remendados
Portadores de tristes fados
Pertencentes a cavaleiros guerreiros solteiros, a eternos enamorados
Esmifro os carcomidos caroços
Do que ainda me resta para contar
Palavras calmamente apressadas
Já que o sono do mago teima em chegar
A noite cai em Rio Maior
A vida para o ano há-de ser melhor
Se a tosse comigo não acabar
Cá estarei nas tasquinhas para me embebedar
Possam estas palavras populares
Ser o fruto bruto do meu natural pensamento
Possa o amor que aqui detenho
Caber nesta conversa, nesta mão vincada a ferros de tão pouco tamanho
Tenho em mim o jovem expedito
Que põe fim ao maldito degredo
Das mais líricas conversas de tasca
Às externas políticas de medo
Gustavo Andrade, Luís Gravito e André Sebastião
Três genialidades remetidas ao teclar exasperante...
Thursday, April 23, 2009
Eu Sou
O voo com o rastejo
O tremor dos passos com o chilrar dos pássaros
O vazio de um copo com o pranto da saudade
No fluir das diluências sumarentas da vida
Navego sem barco, sem vela ou navio
Içando o meu corpo ao sabor do vento da perseverança
Nesta cidade, neste planeta, neste espaço
Posso dizer: Eu sou
Monday, April 20, 2009
Como um jogo 1,2,3 - 1,2,3
Que mascarado de canário de aviário
Voa feito corvo nos meus pensamentos
Esvoaça a sua sombra negra
Sob a estátua erguida em pedra
Que num ímpeto escondido avança
Petrificando-se de seguida sob o nosso olhar
Como um jogo 1,2,3 - 1,2,3
Lança o dado outra vez
Casa á frente casa atrás
Como um jogo 1,2,3 - 1,2,3
São as contas que Deus fez
E por detrás das paragens continuas
Descem os vultos curvados de negro a avenida
Casa á frente casa atrás
Vive um pássaro no Chile
Que mascarado de canário de aviário
Voa feito corvo nos meus pensamentos
Saturday, April 18, 2009
A Bandeja
põe a alma, o fígado e uma paisagem
numa bandeja
Umas vezes tempera com um sorriso
outras com uma lágrima
e ás vezes com limão (que dá para tudo)
Dá-se a servir dizendo:
Isto sou eu!
Há quem se repaste
e quem apenas molhe o pão…
Assim se nasce para se matar
Assim se morre para se parir
É este sangrar constante
Dar-se a ser o que não é
Que o faz escrever, ser errante
Correr sem saber de quê
Poeta, eu?!
Nem morto!!!
Obrigado a João Monge por me ter dado de "bandeja" a liberdade de publicar este seu poema de que eu tanto gostei.
Clicar aqui para o blogue pessoal do autor.
Thursday, April 16, 2009
Tempo
Que às vezes pergunto-me se vale a pena apanhá-lo
Por entre o ócio tão inato e a angustia da passagem dos segundos
Perco o meu tempo em corridas estáticas em redor de mim mesmo
E nas noites defumadas giro no copo vaporizado que me intriga
Sei lá se corro ao favor, ou se me afasto na outra direcção
Nem se sei da escassez do tempo que se urge
A morosidade ostenta por vezes uma velocidade que se prevê inalcançável
E os sulcos despidos do rumo a traçar revelam lombas num looping que se cumpre descalço
É assim a roda gigante em que as almas se movem e os corpos se arrastam
Monday, April 13, 2009
Nos altos véus de Lisboa
E a esquina ter sua vida só por ser tão branca e curva
Pode o calor destes corpos
Ser demais prós vendavais
Pode a alma que o beija
Ser da fina cereja, um barco no meu cais
E a sua nobre noite apregoa a canção
Dediquemos-lhe tempo vontade e emoção
E se o céu desperto oculta a liberdade
Soltam-se as amarras ao cais da saudade
Oh meu amor, fruto da minha voz
Oh meu punhado por dentro somos nós
E se as calçadas pois são por Deus erguidas
Se as vontades por doerem são feridas
Pode a sorte marcar nesta alma errante
Um rumo mais distante
E o rumo ser fervor
Sunday, April 12, 2009
Deitados no Éden
Que até me lembra os dias quentes em que de gatas nos perseguíamos por entre a relva e as borboletas
Está uma luz tão intensa na tua cara
Que até encanta as cores tão fortes das papoilas
Está um mar tão sereno nos teus olhos
Que chega até a amainar as minhas ondas litorais
Está uma dor tão grande no teu peito
Que até aflige as asas das andorinhas
Está a tua luz em corpo deitada
Por entre o campo verde coberto de pintas amarelas
Mal-me-quer Bem-me-Quer
Estamos nós os dois no Éden
A ver os astros se rodarem na sua formação
Estamos os dois deitados
A minha na tua, e a tua na minha... mão.
Wednesday, April 08, 2009
Fado
O senhor das vontades
O déspota dos desejos
Cabe em mim um dom imperativo
Um cabimento sem cabimento que é desmedido
Uma vontade quiçá veleidade impelida
Utopicamente visionada para a vida
Um caminho discreto
De contorno incerto
Uma ordem que é ordem
Que exalta as liberdades
Feras indispostas rugem inconscientes
Sinos efusivos tocam badalando-se imponentes
O panico é visível nos olhares bem enxutos
As vozes são entoadas no meio de tumultos
Resta a mão sóbria sob a mira decadente da vontade humana
Fica o futuro próximo nas mãos vitoriosas desta espécie profana
E resta o amor, triste e desagasalhado
Que sem ter tecto...Ecoou as mágoas reluzentes de um passado fadado.
Ao som do Cão da Morte
Monday, April 06, 2009
Se nas costas brancas do mundo
Cai a noite em finos filamentos cósmicos de penumbra
Para lá do monte folheado, restam ainda domínios crepusculares por desvendar
Para lá dos ombros da sorte, mumificam-se as vontades tão bem descritas e legadas
Por um destino texturizado que decalcando o virgem lacre da sorte
Se escreve por entre as portas decifradas de um futuro
E para lá dos portos seguros e sinceros
Tocam os sinos em forma de presságio
As ondas emanadas livremente vibrantes
Revogando o grito, que em negro desespero apregoa os estilhaços dilacerantes de um passo ao lado
De hábito em punho, caminho, na cera da vela pulsante
Que raspando achas de luminosidade pálida
Investiu insana na parede viscerosa
E num tumulto abafado de chuvas imperiais
Cresceu um cisco bafejado pelas tendências levianas de uma vontade impropria
Pairou e foi, até que sentado na noite
Escreveu
Sunday, April 05, 2009
CHOC
Para a boca salivada o juntar...untar

Friday, April 03, 2009
Frase da Noite
Música da Noite
I've been a wild rover for many's the year
I've spent all me money on whiskey and beer
But now I'm returning with gold in great store
And I never will play the wild rover no more
And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more
I went in to an alehouse I used to frequent
And I told the landlady me money was spent
I asked her for credit, she answered me nay
Such a customer as you I can have any day
And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more
I took up from my pocket, ten sovereigns bright
And the landlady's eyes opened wide with delight
She says "I have whiskeys and wines of the best
And the words that you told me were only in jest"
And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more
I'll go home to my parents, confess what I've done
And I'll ask them to pardon their prodigal son
And, when they've caressed me as oft times before
I never will play the wild rover no more
And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more
Conversas de Pais - O meu " Senta-te aí "
Pensa meu... Vá lá! Ouve com atenção. A vida não é só correr, tens que parar para decidir.
Como já dizia aquele cantor, o tal de Jorge Palma:
"Tu tens que estar sempre atento
Se queres sobreviver
Tens de saber travar
Não basta saberes correr"
E nem mais! Este sim, é um homem que sabe da vida. Bem... a... tem as suas coisas... mas isso também... quem não as tem!
E tu pah! Vê mas é se atinas... E se te comportas...
É isso mesmo filho! tens que saber travar, não basta correr.. ahah, este gajo é que sabe.
Hmm... Hmm....! Bem, vai lá rapaz! Vai. E tem juízo ham?! Não me arrelies, nem a mim nem à tua mãe!