Friday, January 29, 2010

Inventada Solidão

Não sei se é do tempo, que traz este vento
Ou da cidade que bebe este som
Não sei se é da vida que nos dá sustento
Ou da morte escassa em movimento

Hoje devia ter ido à praia ver as gaivotas. Sentar-me a olhar o mar, a ver os namorados a passear de mão dada e os pescadores. Não fui, pois não, bem sei...
Não há espaço que possa conter toda a solidão humana, nem tempo que possa delimitar os vértices das sua dimensão.
Hoje estive só. Nem sei bem porque é que estes pequenos actos se revelam tão inspiradores... Será porque alguém se lembrou de os incluir nos filmes desta forma?
Ou serão apenas as únicas partes em que julgamos ser nós próprios - "nós próprios" - deve representar o papel que desempenhamos durante a maior parte do tempo? Ou, por outro lado, será mais genuíno o tempo em que simplesmente representamos para nós próprios.
São os padrões que tornam esta abstracção impossível...
É triste e estranho constatar que agora, também há regras para se estar só. E elas estão lá, fazendo-nos companhia na nossa solidão.

How Many