Wednesday, September 30, 2009

Dead Flowers


Well, when youre sitting there
In your silk upholstered chair
Talking to some rich folks that you know
Well I hope you wont see me
In my ragged company
You know I could never be alone

Take me down little susie, take me down
I know you think youre the queen of the underground
And you can send me dead flowers every morning
Send me dead flowers by the mail
Send me dead flowers to my wedding
And I wont forget to put roses on your grave

Well, when youre sitting back
In your rose pink cadillac
Making bets on kentucky derby day
Ill be in my basement room
With a needle and a spoon
And another girl to take my pain away

Take me down little susie, take me down
I know you think youre the queen of the underground
And you can send me dead flowers every morning
Send me dead flowers by the mail
Send me dead flowers to my wedding
And I wont forget to put roses on your grave

Take me down little susie, take me down
I know you think youre the queen of the underground
And you can send me dead flowers every morning
Send me dead flowers by the us mail
Say it with dead flowers at my wedding
And I wont forget to put roses on your grave
No I wont forget to put roses on your grave

Rolling Stones

__________##Tradução##________________________

Bem, Quando tu estás sentada aí
Na tua cadeira estofada
Conversando com algum
Sujeito rico que conheces

Bem, espero que não me vejas
Com a minha companhia esfarrapada
Bem, tu sabes que
Eu nunca conseguiria ficar só

Põe-me para baixo pequena Susie
Põe-me para baixo
Eu sei que tu pensas
Que és a rainha do submundo

E tu podes mandar-me flores mortas todas as manhãs
Mandar-me flores mortas pelo correio
Mandar-me flores mortas
Para o meu casamento
E eu não vou esquecer de colocar rosas
Sobre o teu túmulo

Bem, quando estás a repousar
No teu Cadillac cor-de-rosa
A fazer apostas
No dia do derbie de Kentucky
Ah, eu estarei na cave
Com uma agulha e uma colher
E com outra menina para aliviar minha dor

Põe-me para baixo pequena Susie
Põe-me para baixo
Eu sei que tu pensas
Que és a rainha do submundo

E tu podes mandar-me flores mortas todas as manhãs
Mandar-me flores mortas pelo correio
Mandar-me flores mortas
Para o meu casamento
E eu não vou esquecer de colocar rosas
Sobre o teu túmulo

Friday, September 25, 2009

No Meu Bairro

No meu bairro não há centro
As ruas não são de pedra
E não há cafés nem pontos de conforto
As paredes são frias e os rostos todos iguais
Ninguém nos visita, e nós próprios só nos visitamos quando vamos dormir.

No meu bairro não há música nem historia
As convenções vigentes são as da rotina
O ar é quente, e escasseia a novidade

No meu bairro, não há crianças
Se as houver estão mortas ou escondidas

No meu bairro não há afectos nem raparigas bonitas
Não há jardins, nem cantos recônditos à beira de um lago
E por isso mesmo nunca se vê ninguém de mão dada

Conta-se que no meu bairro, a seiva da vida deixou de brotar
E que aqui morreu amor, algures no outono,
Na queda da ultima folha, no corte da ultima árvore...
No meu bairro faz falta, o Bairro do Amor.

Tuesday, September 22, 2009

Amarras

Há um sufoco entre nós
Há amarras a prender-nos a um cais deserto...

Mas há também a corrente, e a força da maré
Que conduzem sem sentido próprio o seu destino
E no encontro, na vez da continuidade, há a desculpa que se liberta
E as palavras que amarradas a um vazio, voltam puxadas à sua proveniência
Deixam sós os olhares, que, por segundos eternos se penetram na mais brilhante comoção.

Foto: Haleh Bryan

Monday, September 21, 2009

Derradeira Jornada

Deitei a mala velha fora
Rasguei a camisa suada, e com ela envolvi a cabeça
Esventrei uma ideia quente e esmaguei o alcatrão

Os frisados cabelos brancos sobre as costas
E a barba escorrida como máscara ;
O calor tomando forma, em tornados espectrais
E a mente destilando o seu cerne

As encostas cercando o Homem
E ele a dar-se à terra
Corpo com pó, suor com chuva
Pés com chão, alma com prâna

Atrás dele, como sombra, a morte, com seu bordão
À espreita, definitivamente pronta para ceifar
A sua derradeira jornada.

Sunday, September 13, 2009

Guarda pra ti!

Isto é coisa que passa, que vem, e que fica
Isto é coisa que vai e coisa que vem
É fruto proibido que a mente evita
É veneno letal que o corpo pede
Não devia ser e é, e volta a ser
Devia ser e não é, não vai calhar
É coisa de dar em doido, coisa da noite
É amor de acendalha, num lugar à parte
É dança é calor e que mais
E é "exacto" quando tudo o resto não o é
Agora engole em seco, e como sempre
Guarda pra ti!

Monday, September 07, 2009

Quem não supera fica, quem ultrapassa cresce...

Fim de tarde no cerrado. As meninas correm afoitas, terra acima. E os homens colhem os frutos tardios, confinando a sua íris à intrigante dança das saias luxuriantes.
O pó, atrevido, entrelaçando cada recanto mais maroto sem nem se expressar, aguardando apenas pela água que o leve de volta até ser chuva. A doce Wendsenady, vestida na sua pele rosada, alojando tão brilhantes pérolas a par, belas safiras azuis, seus olhos, seu trespassar de alma...
Que mais se pode querer, que mais se pode almejar... nada mais... nada mais, do que ter o dom, esse dom, de saber seus segredos através dos seus olhos...

Jantar, e as entranhas da carne saúdam os afiados dentes que sem pudor jazem, dilacerando as suas profundezas. O vinho quente, descendo, queimando a guelra, roubando o frio. A doce chama ardente, hipnotizante inferno que se faz ouvir nas entranhas da mente... esse fino estalar da madeira, na noite, o ressequir da vida em terno calor. E a envolvência exterior, esse abrigado tecto que nos separa da morte, esse estrelato de enfeitar que nos mente nos livros e nas prosas. De volta para dentro, e tão delicados são os frutos mortos empilhados na velha fruteira, tão farta de fruta, sentindo-se apertada no seu recorte procelanico delicado, guinchando até se estilhaçar em menos de nada. Esperando de novo ser consumida, forjada, fundida com a terra, até reaver sua forma.
É este o ciclo lunar, e são estes os estados, que permitem a alguns ser passeados, folheados; as portas, que se permitem abrir, descobrir. À nossa custa, às nossas pagas... Quem não supera fica, quem ultrapassa cresce.

Saturday, September 05, 2009

Não tenho passado, nem memória
Foi tudo apagado, processado depois de rasgado
Abro os olhos, não há legado
A quem se reclama por não o ter deixado?

E lá no fundo afinal nem sei de nada
Quando o meu pensamento mora a milhas do meu corpo
E a minha voz em ecoa em distantes memórias

São delicados os meandros dos laços
Como o enturgecer dos seios de um ser feito fêmea
Quando por fim tocam o corpo em molde de centauro

A flora da vida à mercê de um punhal
E o ser ébrio em eufémica cremação

Uma efeméride celestial
Num abrir de asas petulante
Num rompante quebrador de condor

Em que um anjo arrasta sua sombra branca
Pelo quadro da noite
Que o escolta
Em branda e doce, calmaria.

Thursday, September 03, 2009

Riders on the storm

As caras triunfantes dos reis e rainhas
Espalhadas na mesa preta dos cigarros e da bebida
As espadas saltitantes de uma vontade incerta
As mãos carentes, rascunhadas
Num pedaço de papel em vai-vem
Tempestade revoltada de sol a sol

O mar a sul e já estou a perder o espírito
A vontade pequena dos olhos semi-abertos
As cores das mulheres, e os paladares das taças vazias

O fumo iluminado e denso do acalmar de uma tormenta
Um iluminismo pensado a cada grande suspiro
Delineando esguias caravelas de cinza

É esse o delicado tranze saboroso
O charme pesado da ponta de uma bota de couro castanho
O ranger da noite, passo a passo
Na ponta dos pés
O poder de um corpo
A sedução de um copo

Portas, escolhas, nuvens, consumição
Pé no fundo, aproximando o fim do túnel
Antecipando a luz
Regressando ao esconderijo, findo o abismo
Ansiando a penumbra

Rocky Raccoon

How Many