Thursday, November 30, 2006
Pela eternidade calcorreava léguas
Os seus pés comiam o deserto a cada pisar
Silhuetas cada vez maiores ficavam para trás
O pesar do tempo cavava cada vez mais fundo
Cada passo, cada marca, cada gota de suor,
Ele seguia o seu caminho, como quem segue o destino
Sem rota traçada, seguia as marcas que ele próprio deixara
Nesta ínfima volta da vida
Ele, outrora novo agora repete por rotina os mesmos passos
A cada um se afunda num abismo
Sombra cortada a metade, sombra invisível
A cada dia que passa aquele eloquente jovem
Percorre os passos do louco velho
Misturando os anos com a areia
A cada passo ele caminha para o derradeiro passo letal
O tal passo que o levará a planar
Sobre o areal que outrora engoliu o seu pisar.
22:42 3/9/06
Representativo da foto anterior não? Nem me lembrei...
Friday, November 17, 2006
Essência
Alguns momentos lembram o quão efémero é o ar que respiramos
Cruzamo-nos com quem está longe da essência
Em cada esquina, cada conversa, cada memória, encontramos o vão
É sempre nesse vão, em que habitam os desprovidos
Nesse vão que nos lembra que mais do que tudo
Somos tristemente mortais
Presos a leis da física e "troca o passo"
Somos marionetas da vida presas num imenso emaranhado de cordas
O movimento de uns, é impingido a outros tantos
Um simples ai, é um coro geral...
Obrigados à convivência, obrigados a pertencer uns ao outros.
Passo a passo, movimento a movimento, encontraremos a combinação perfeita
E aí, libertos da encruzilhada de fios
Esquecemos as condições, as razões os "senões" e os porquês,
Inertes, intocáveis
Das cordas restaram asas!
E o limite será a essência...
Isto só surgiu por causa de um "quase assalto" ... Estranho!