Saturday, June 27, 2009

MJ


Criança ao peito
Na cara um sorriso carnavalesco
No passo um ritmo marcado
No corpo um sensor sonoro
Na voz a delicadeza frágil
De um homem corrompido
Por uma sociedade que renega
Por uma cultura;
A mesma que o alimenta, e que o devora

Fica a passagem, o passo flutuante
O Peter Pop, o Peter Pan
See you in "NeverLand"

Sunday, June 21, 2009

Há Momentos



Há momentos sem descrição, momentos que com o passar do tempo, lembramos sós, na rotina das nossas vidas, com um sorriso reflectido numa cena qualquer.
Tenho muito orgulho por ter pertencido a este momento. Sinto-me privilegiado.
Aqui partilho... Obrigado.

Saturday, June 20, 2009

Só fachada...?

Quando as mesas se juntam
E os corpos recuam
Quando a noite é vendida
Aos tumultos na rua

Quando a voz se agarra
Às palavras dissolutas
Quando não valem nada
Os ideais das lutas

O teu regaço não acolhe de novo este homem, feito cria
E o teu abraço não conforta este puto, feito nada
A pergunta derradeira... E então? Esse amor? Só Fachada?...

Thursday, June 18, 2009

Amor Placebo no Limiar da Vida

Dá o primeiro passo
Evita o estilhaço
Desmonta o embaraço
E quando chegares à estrada sem fim
Impõe o teu jogo passo a passo
Ergue o braço, apaga o traço
Não tornes, segue sem mim
Desfila o teu amor placebo
Nas asas de condor ao alar
Rasga a mascara que é sublime
E fura o lençol do luar
Descreve um arco e depois afoga-te
Na imensidão da calma
Submerge o corpo, emerge a alma
Faz-te sentir na escuridão que te consome
E depois renasce,emana luz
Faz-me crer, por fim, que o impossivel seduz
E volta a adormecer.


André e Mariana

Sunday, June 14, 2009

Um tornado e eu deitado

Temos visto as paredes envelhecer,
Deitados nesta cama feita de suor e seda
O tecto a cair
Pendurados neste repasto

A sorte a fugir
E a sina dos dias a amanhecer
O liquido a fluir
E esta vela que faz de mastro

Este fundo preso a lastro
As noites vadias em que descortinámos os astros
Os sonhos que se difundem nas preces
E tudo mais que se possa defumar sobre os teus cabelos

Adeus rotina pois então
Olá bom ocio porque não
Agruras não mais...

E quando nos doces pés te firmares
E as luzes, meios pirilampos agarrares
É tempo de acordar

(ao som do Deixa-me Rir)

Friday, June 12, 2009

Brisas da Cidade

Já as fumaças se agitam
E as cores se exaltam
Os pescoços gritam
E os aflitos saltam

A molhada corre
E a vida flui
Há gente que morre
E desses nunca fui

As praças abertas e as campânulas berrantes
Os perfumes saloios as cores deslumbrantes
A calçada torta, e tortos os olhares
A verdade incerta repousa nos bares

Nas portas, paredes, e janelas de quadrados
Nos varões ferrugentos e nos velhos desgastados
Nas tradições gritadas a pulmão de puro alento
Nos becos caídos rasgados pelo vento

E a brisa inconfundível de um passado perseverante
É pois velha em cidade que se engalana de costumes
Que levados aos narizes tortos de um povo contente (aparentemente)
Pois é claro... Que cheira bem... Cheira a Lisboa.

Sunday, June 07, 2009

Vá lá!

Vá lá, desacelera
Vamos! Põe o pé no travão
Eu sei que sim, não digas que não
Tu sabes que não, não digas que sim

Vá lá, põe lá isso de lado
Fica com o prazer das teclas
Com o gozo das cordas
Com o cheiro da praia nas manhãs de nevoeiro

Vá lá, arruma essa tralha
Dobra o cabo, vira a página
Ergue a espada
Trespassa o fim

Vá lá, sente o riso
O calor das Palmas
O sabor da vida a fluir

Não digas que é hoje
Nem que amanhã é menos

Vá Merda!
Eu sei que és capaz
Não te quero ver por aí
A querer o teu fulgor de volta, qual dinheiro

Nesta estrada meio deserta
Vamos fazer durar as tréguas até ao fim
Pelo menos... enquanto houver estrada p'ra andar

E o horizonte é tão longe

Tuesday, June 02, 2009

Quem és tu?

Estou extremamente inquieto! No peito trago um sobressalto que não sei descrever ,e na cabeça uma confusão louca, uma desorganização confusa que não sei como expor. Um carrossel, aquela sensação de looping loopado que só eu sei apelidar. No corpo uma ânsia desmedida quase frenética, as mãos esfregam a cara e a saliva dos lábios, os braços encostam-se um no outro ,e o pé bate-bate sem parar no soalho que repete sonoramente o batuque activando todos os meus sentidos que já então sobressaltados mais alerta ficam.
É sempre esta falta e este vazio... É sempre este vacilar de postura que teima em chegar numa fraqueza flácida que corrompe os meandros da minha voz.
Tocam à campainha! Os meus olhos percorrem todo o percurso imaginário que o impulso eléctrico descreve ao longo do fio, que à velocidade da luz se transforma em som. Corro à porta, suado nas mãos e nos cabelos. Afoito espreito, e não me surpreendo, embora me tenha sentido assustado como se o meu próprio medo contivesse a força de um vulcão prestes a explodir num pânico imenso. Aberta a porta, ela entra, toma o seu lugar junto ao piano, e toca, talvez a mais bela melodia que eu alguma vez me lembro de ter ouvido. Estava frio, cada vez mais frio. As folhas da velha trepadeira estavam agora mais escuras, e a textura da parede assemelhava-se cada vez mais à do gelo. Soltei aquilo que pareceu ser um som qualquer na esperança de vislumbrar o bafo, que então se soltava sob a forma de fumo... estava certo, estava frio. Conjuguei na minha cabeça uma questão que se formulou a custo - Quem és tu? - O Piano parou. Os seus olhos cercaram os meus num só impulso, lento, e preciso... Eram da cor do gelo! Eram, da cor, do, gelo! . . .

How Many