Thursday, October 23, 2008

Sr. Toupeira

Indo para onde só eu vou
Caminho, secreto rasteiro
Espreito, respiro, procuro o abrigo
Longe escuro, fora do perigo paranormal, do drama social

Quente e denso, um ninho, recôndito, abraço de conforto
O espanto de tamanha inesperada hospitalidade
A terra do nunca num sonho partilhado
Estranho, diferente, irreal...

Fundo o mundo, o centro da terra já tão perto
Uma funda libertação de súbito enterrada
Num medo estranho, difuso, de passo inseguro
Perdido confuso, mas quente.

Procuro um abrigo, hospitalidade, um amigo
Cavo, escavo, raspo, esfrego, esmurro
Uma mina, uma solução, uma pepita de ouro

Brilha o puro dourado iluminado forte
Na mão imunda, arenosa que se mistura com o fundo da rocha
É isso, é a luz, é o fundo do túnel que espreita, que chama
Agita o coração dos Homens.

Vem até aqui, desfaz-te da rotina
Entra, tira as botas enche um copo
Fala com a toupeira que está algures entre a lareira e a cozinha a fazer chá
Conta a tua vida ao Sr. Toupeira.

Ele saberá ouvir-te... Vai ser bom.



24/10/2008
(a ouvir Vicente Palma)

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