Não tenho passado, nem memória
Foi tudo apagado, processado depois de rasgado
Abro os olhos, não há legado
A quem se reclama por não o ter deixado?
E lá no fundo afinal nem sei de nada
Quando o meu pensamento mora a milhas do meu corpo
E a minha voz em ecoa em distantes memórias
São delicados os meandros dos laços
Como o enturgecer dos seios de um ser feito fêmea
Quando por fim tocam o corpo em molde de centauro
A flora da vida à mercê de um punhal
E o ser ébrio em eufémica cremação
Uma efeméride celestial
Num abrir de asas petulante
Num rompante quebrador de condor
Em que um anjo arrasta sua sombra branca
Pelo quadro da noite
Que o escolta
Em branda e doce, calmaria.
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