Thursday, October 08, 2009

Noc

Bateu à porta por uma ultima vez. Os dedos marcados, e o noc não cíclico não enganavam quanto ao carácter do sujeito. Lá fora estava frio. Abri-lhe a porta... Ela entrou lenta, foi-se chegando, sentou-se sobre o tapete junto da lareira. As pernas juntas, e o olhar sempre fixo no mesmo sentido. Dei dois passos na sua direcção, sentei-me também. O meu braço sobre o seu ombro mais distante, e a sua cabeça escorregando pelo meu corpo. Os olhos postos na chama calmamente embalados pela dança volátil do fogo...
Acordei só, talvez no verão, soprava um vento ameno e ao longe podia ouvir-se o cantar dos pássaros. Ergui-me com cuidado. Respirei fundo passando as mãos na cara.
Havia em mim um odor diferente e nas mãos uma presença doce, especial...
Do sonho eterno ficaram sob a cinza, as brasas que na lareira ardiam com o resto das lembranças que o tempo arguto teimou em apagar.

3 comments:

Borrega said...

Obrigada... E agradeço-te por um simples motivo, é tal e qual o que eu vivi, é tal e qual o que o tempo me tenta fazer e eu começo a deixar...

um beijO*

Zoo said...

André!! Um selo para ti ^^

bjO*

Thinking of you said...

Gostei! XD

How Many