Se o tempo pede esmola à porta de um convento
Dir-se-á que o tempo perde tempo e que por isso rico não fica.
Perdido na capital, fervilha em pensamento
O pensamento pensado em hora de ponta
Atravessa-se a estrada com o vermelho
O cérebro fervilha rumores e intrigas
Paradoxos inventados, soletrados, repetidos, aflitivos
A água onde bebe o pombo, vivo, logo morto de seguida
Pinga do nariz da estátua pintada a spray preto
Os olhos dão lugar a para-choques
Os carros choram morte, morte, morte
Sirenes correm ao bate bate estonteante, imparável
Não é domingo, pois não... Não é.
Jazido o pensamento, em looping, centrifuga a mente
Repleta de impropérios não soltos, pelo contrário meu amigo
Afundados, espezinhados, guardados a vapor pela máquina!
Cinzenta como todas,
Como a estrada,
Como o céu chuvoso,
Como o sabor gostoso, que não tem cor, só paladar.
Para saber de ti apanhava o primeiro táxi.
Para saber de ti subornava o meu intimo
Aliás como em todos os dias.
Surdo, mudo, atado, sequestrado à parede carnal revestida a pelo
Não morto...Antes fervendo... Gira a Vapor.
